Mais uma vez, tá chegando a hora da despedida. Meu período em Valladolid acaba em breve, e como sempre, passou absurdamente rápido. Parece que foi ontem que eu subi três andares de escada com minha malas de 30kg e ouvi Joaquín (o dono do apê) me explicar como ligar e desligar o gás. Desde o dia 1º tou sozinha no apartamento, o que a princípio foi muito estranho depois de 10 meses com outras três meninas, mas confesso que tou curtindo. E depois de mil despedidas e pedacinhos do meu coração indo embora, começou a clássica fase do “aaai, é a última vez que em passo nessa rua”, “ahhh, é a última vez em que vamos nesse bar”, “oooh, quando vou comer tigres y leones de novo?”.
Justo agora, inventei de reler alguns posts do meu blog antigo, da época do intercâmbio em Sevilha. Li sobre meu deslumbre ao chegar em Lisboa e conhecer esse mundo organizado, onde as paradas de ônibus mostram o tempo que falta pra o busão chegar :P Há quase quatro anos eu tinha menos preocupações e começava a descobrir a Europa, e nessa época escrevi um post falando do que mais gostava na cidade. Ler aquilo agora foi como ver um curta na cabeça com imagens do intercâmbio, revivendo sensações que já tavam esquecidas. Daí que claro que eu tinha que escrever o mesmo sobre Valladolid, né? Pra daqui a quatro anos voltar aqui e me lembrar do que dá pra descrever – porque os cheiros e sabores têm que ficar na memória mesmo. Muitas dessas coisas também estiveram presentes em outras viagens, mas só se reforçaram nesses 10 meses. E o que mais me encanta em viver na capital de Castilla y León é:
A liberdade, segurança e mobilidade, em primeiro lugar: poder voltar pra casa a qualquer hora da madrugada sem me preocupar, além de ir e voltar andando a qualquer parte da cidade. Mas também tem outras coisas como continuar fazendo novos amigos tão facilmente (e estreitando laços) até os últimos dias, comprar (e comer, lógico) comidas delícia e baratinhas da “marca blanca” do Mercadona, aprender sobre outros países e ensinar sobre o meu entre uma caña e outra, a Catedral meio na sombra meio no sol, a Iglesia de la Antigua na hora em que o pessoal sai da missa, o Café Beluga, o Tio Molonio, o Las Tres Bellotas e todos os outros bares de tapas, a rua das livrarias, os jantares aqui em casa, a multidão passeando pelas ruas aos domingos, a calle Santiago e as lojas-tentação, a Plaza Mayor e os bares sob o sol, os velhinhos sentados nos bancos conversando e vendo a vida passar, conhecer novas comidas, continuar me perdendo depois de 10 meses mas sempre me achar (e continuar descobrindo coisas novas pelo caminho), os botellóns, o horário espanhol (tudo começa tarde e termina tarde, puro amor), as aulas instigantes (não foram tantas, mas marcaram), pegar o ônibus pra Madrid mil vezes, chegar de mala e cuia na casa de Alane e aprender a amar aquela cidade, tomar tinto de verano e sangria, ir à “praia” (de rio) tomar sol, ir à praia tomar uma caipiroska superfaturada no bar, ir à praia fazer botellón à noite, encontrar meus amigos-irmãos latinoamericanos, ficar enlouquecida com o máster e poder encontrar amigos logo ali no quarto ao lado pra espairecer… e tantos etc <3 Valla, um beijo!
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