Normalmente, ao fazer um intercâmbio ou similar acabamos conhecendo, inevitavelmente, alguns grupos de pessoas. Os colegas de classe ou do trabalho, os companheiros da residência ou do apartamento ou a família que tá lhe hospedando, pessoas que viajaram com o mesmo programa/bolsa que você, etc. E cada um desses terá também seus amigos dos outros círculos, o que amplia ainda mais suas possibilidades de conhecer gente legal. Mas se ainda assim você não achar suficiente, tem outras diquinhas simples pra conhecer gente em uma viagem mais longa.
1. Se você estiver na Europa, em uma cidade que costume receber estudantes internacionais, é quase certo que existirá um escritório local da Erasmus Student Network (mais conhecida pela sigla ESN). Essa associação, criada há 23 anos e presente hoje em mais de 420 instituições de ensino superior em 36 países europeus, tem o objetivo de integrar os estudantes em mobilidade na Europa (que normalmente fazem intercâmbio através do programa Erasmus). Eles costumam organizar festas, viagens e outras atividades e mesmo que você não esteja em “Erasmus” é possível participar dos eventos. Os integrantes da associação costumam ser super sociáveis e dispostos a ajudar, e a cada semestre (fevereiro e setembro) chegam vários estudantes em cada lugar, então essa é uma forma fácil de conhecer um mói de gente de uma vez.
Em Sevilla e Lyon eu tinha um pouco de preguiça das festinhas Erasmus, resultado de um certo preconceito com a vibe ”woohoo, tou longe dos meus pais e quero me jogaaaar”, mas aqui em Valladolid vou pra algumas (muito menos hoje do que nas primeiras semanas, já que são sempre nos mesmos lugares e com as mesmas músicas) e sempre conheço muita gente legal (com quem faço programas diferentes, hehe). Pra encontrar a ESN da cidade onde você for, uma busca no Facebook (onde costumam criar um grupo novo a cada ano letivo) ou no Google é suficiente. Por exemplo, aqui tão o grupo (2012-2013) e a página da ESN Valladolid. Ah, e o grupo é também uma boa forma de procurar apartamento ou companheiros pra intercâmbio de idiomas, tirar dúvidas sobre a cidade, etc.
2. Outra associação legal é o CouchSurfing, que tem como principal objetivo o intercâmbio de sofás (figurativamente :P ou seja, você pode hospedar alguém na sua casa ou ficar hospedado na casa alheia, de graça), mas tem também grupos de várias cidades, onde o pessoal organiza eventos (em Lyon tinha jantares na casa de algum membro, idas a bares, gincanas, jogos, etc). Também dá pra simplesmente convidar alguém pra lhe acompanhar naquele passeio que você não queria fazer sozinho, ou pra sair e conversar no idioma estrangeiro, por exemplo. Pelo CouchSurfing também dá pra procurar pelos perfis de moradores que estejam interessados em mostrar a cidade pra gente que vem de fora (tem a opção de “I can’t host, but I can hang out”, ou seja, não posso hospedar, mas posso sair pra um café ou um passeio). Essa última opção também é massa pra quem não tá viajando e quer conhecer estrangeiros (quando tava de férias no Recife saí com uma holandesa, uma alemã e um casal de eslovenos super gente boa).
3. Também é fácil buscar cursos e atividades culturais na sua cidade. Em algumas, há cursos gratuitos (ou quase) abertos ao público na universidade pública ou em centros cívicos, por exemplo. Pra encontrá-los, a internet é uma mão na roda, mas às vezes é preciso ir pessoalmente nos lugares e ficar de olho em cartazes e folhetos por aí. Sem falar que fazer aulas de alguma coisa relacionada à cultura local (dança, culinária, etc) é muito divertido e enriquecedor.
4. Pra quem é religioso, também pode ser muito interessante ir a um templo da sua religião, o que é legal até pra comparar com as práticas do seu lugar de origem. Uma das minhas companheiras de apê aqui em Valla é católica e vai a uma igreja inglesa e a uma espanhola perto de casa, e em cada uma fez um grupo de amigos :)
5. Outra coisa massa é fazer trabalho voluntário. Também pela internet é possível encontrar associações locais que precisam de voluntários pra todo tipo de trabalho (com idosos, crianças, em hospitais, comércio sustentável, agricultura, ativismo…). É recomendável dar uma pesquisada antes sobre o trabalho da instituição, é claro. Vou falar mais de trabalho voluntário no exterior em um próximo post (já tou juntando o material e espero que não demore muito a sair!), mas uma opção é procurar organizações internacionais, como a Anistia Internacional (onde tou voluntariando desde novembro), a Cruz Vermelha (tenho uma amiga que é voluntária da seção de Valladolid e curte muito), Oxfam e tantas outras. Assim, além de ajudar aos outros você encontra pessoas com valores/interesses parecidos com os seus, mas com backgrounds muito diferentes.
Tem mais dicas? Conta aí nos comentários! :)
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